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segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Um pouco de verdade sobre os EUA !!




Olá camaradas. Fuçando no blog de um amigo meu, Hugo Luz, que inclusive está relacionado entre meus favoritos, achei esse texto e resolvi posta-lo. O texto é verídico, e foi vinculado no V Fórum Social Mundial.

Em uma palestra realizada na tarde de domingo no V FSM, John Perkins, ex-funcionário do governo norte-americano, conta como o EUA compra e mata lideranças sociais na América Latina e na Ásia. Por Sílvia Lisboa, da V Ciranda do Fórum Social Mundial, janeiro de 2005.

“Cheguei a Nova York no dia 11 de setembro de 2001 e presenciei aquela pilha de destroços fumegante, que exalava cheiro de carne queimada, e me dei conta que precisava fazer alguma coisa. Precisava contar a verdade, devia isso a minha filha de 22 anos, precisava convencer as pessoas sobre como os Estados Unidos vêm construindo um império. E por isso coloquei a minha cabeça na forca”. O relato do ex-funcionário do governo norte-americano John Perkins, realizado na tarde de domingo, último dia do V FSM, deixou a platéia estarrecida. Perkins contou sua história que está no livro “Confessions of an Economic Hit Man”, lançado há dois meses e ainda sem tradução para o português. O economista foi durante três décadas um hit man (um sabotador na tradução mais aproximada para o português), profissional recrutado pelo governo norte-americano para “comprar” governos e lideranças de países em desenvolvimento, principal estratégia dos EUA para garantir sua hegemonia.

Perkins tinha recém concluído a faculdade de Economia em 1968 quando aceitou uma atraente proposta da Agência Nacional Americana para ser um “voluntário da paz” em países em desenvolvimento. Depois de uma bateria de testes psicológicos, que incluía detectores de mentira, a agência declarou Perkins apropriado para um trabalho pouco usual. Em sua primeira missão, o jovem economista foi mandado para a Indonésia com uma maleta de dinheiro. Seu trabalho consistia basicamente em oferecer um catatau de recursos para governos locais investirem em obras de infra-estrutura, como construção de usinas, estradas e aeroportos. E, com bastante lábia, convencer as lideranças de que os empréstimos – impagáveis a curto, médio e longo prazo – seriam a única forma de colocar seu país no caminho do progresso. O economista ressaltou, entretanto, que a maior parte dos recursos, além de encher o bolso de empresas americanas, era desviado pelos governos subornados. Fazia parte da estratégia também identificar os movimentos sociais que poderiam atrapalhar as negociações. Os líderes indígenas, por exemplo, precisavam estar convencidos de que tinham de sair de suas terras para a abrir passagem para as britadeiras do desenvolvimento.

Essa era a parte mais difícil. Perkins relatou uma conversa que teve com um dos ativistas indígena do Equador que se negou a aceitar o suborno. “Você está tentando fazer com que eu fique rico, mas eu não quero ficar rico. Quero que toda a minha comunidade fique rica. Ou você me ajuda ou sai daqui”, disse ao sabotador. A resistência no país andino não foi fácil. Quando os sabotadores não conseguiam fazer bem o seu trabalho, entram em cena os "chacais", homens contratados para eliminar a resistência, promovendo golpes de Estado, assassinatos e rebeliões. Segundo Perkins, o líder indígena que não se deixou seduzir pelo dinheiro estrangeiro morreu em um suspeito acidente aéreo. “Não tenho dúvida de que foi um assassinato. O EUA também minou a liderança de Salvador Allende (Chile) e de Hugo Chávez há dois anos”, afirmou o economista. No Equador, Perkins carreou pessoalmente US$ 1 bilhão. Desse montante, pelo menos 90% foram pagos a empresas dos EUA – como a Halliburton e a Bechtel.

Todas essas artimanhas fazem parte, segundo Perkins, de um grande plano americano de construção de um império. Os processos de negociação com os governos e os povos de países em desenvolvimento, entretanto, não foram tramados em reuniões secretas esfumaçadas por baforadas de charuto dos conspiradores. “Era tudo pensado em cima de cálculos matemáticos como se fosse um negócio como qualquer outro”, contou. A história relatada ao vivo para um auditório de 150 pessoas no V FSM, tem episódios que mais parecem roteiros hollywoodianos.
Antes de ser um hit man, Perkins foi engenhosamente manipulado por uma sedutora mulher chamada Claudine. “Depois daquelas dezenas de testes psicológicos que fizeram comigo, eles sabiam exatamente quais eram as minhas fraquezas. Nasci em New Hampshire e cresci com um forte complexo de inferioridade. Eles mandaram Claudine para me oferecer tudo o que eu sempre quis: dinheiro, poder e sexo”, relatou John Perkins que foi convidado pela ONG Focus on the Global South a participar do encontro em Porto Alegre.

De acordo com Perkins, os Estados Unidos inventaram uma nova lógica de construção de um império que não guarda nenhuma semelhança com as conquistas territoriais do passado. “Os EUA não usa um exército para dominar as riquezas das regiões em desenvolvimento. Faz isso através de sabotadores econômicos, como eu, que estão a serviço de grandes bancos e corporações”, explicou. Perkins acredita que essa necessidade hegemônica do seu país surgiu após a Depressão no final da década de 20. “Esse período criou um medo muito grande nos americanos de que se eles não se precavessem poderiam perder tudo novamente”, relata. “E, fortalecido após a II Guerra Mundial, o governo estadunidense começou a ver vantagens em ajudar financeiramente as economias combalidas”.

O domínio da Arábia Saudita

Na Arábia Saudita, os hit men entraram em ação logo após a crise do petróleo na década de 70. O governo americano, relatou Perkins, não podia ficar refém das iniciativas dos governos árabes que reduziam ou aumentavam produção do ouro negro a seu bel prazer. Duas décadas antes, os norte-americanos já haviam sido bem sucedidos no Irã, primeira investida a países árabes. O governo estaduninense financiou o golpe de Estado que depôs Mohammad Mossadegh, eleito democraticamente no Irã e substituído pelo Xá Reza Pahlevi. Após a crise do petróleo, o EUA, descontente com o governo iraniano, buscou o Iraque como aliado para ter mais controle das reservas petrolíferas. “Nessa época, o EUA financiou a construção de cidades inteiras nesses países, o que gerou uma legião de descontentes com a ocidentalização da região”, relatou.

O maior problema era o próprio Saddam Hussein. O líder máximo iraquiano era duro na queda e logo entrou em choque com os EUA na high-tech Guerra do Kuwait em 1991. Todas as tentativas de tirar Saddam do poder fracassaram. “A guarda de Saddam era tão leal a ele que não aceitava nem os mais altos subornos”, contou Perkins. Depois de usar todas as estratégias possíveis sem sucesso, George Bush declarou guerra a Saddam Hussein em 2004. Entretanto, ainda é cedo para cantar vitória, afirma Perkins. “Até agora não há nada certo que os EUA venceu”.

De sabotador a ativista

A reposta do governo norte-americano a contundência do livro de Perkins é o silêncio. Até agora, "Até agora, o ex-sabotador não sofreu represálias e diz que está sendo ignorado pelos grandes jornais e TVs americanas. No único convite de recebeu de uma rede comercial, a NBC, teve a entrevistada desmarcada meia hora antes. Mas Perkins não vai desistir. “Os americanos não sabem como o seu país age internacionalmente. Eles precisam acordar”, argumentou.

O economista de 60 anos acredita que o mundo vive um período importante de transformação que pode culminar com a queda do império estadunidense. “Nenhum império dura para sempre”, vaticina. “Os índios da América Central tem uma profecia comum de que o mundo vive um ponto-chave da história”, relatou Perkins, que após tantas excursões a América Central se tornou um pesquisador apaixonado dos costumes dos povos indígenas. “Os xamãs costumam dizer que o mundo é como nós o sonhamos. Tenho plena certeza de que a energia que o Fórum Social Mundial está fomentando vai gerar uma nova consciência nos povos”.

Perkins foi aplaudido de pé no fim de sua palestra. Todos que foram até a frente do palco fazer perguntas diziam a mesma frase: “Thanks, Mr. Perkins”.

2 comentários:

Anônimo disse...

Que texto revelador. Não sabia dessa, irei pesquisar sobre. É bom ter um relato de alguém do sistema. Graças a Deus essa farsa está acabando, hoje é muito mais difícil isso acontecer, óbvio que não impossível. Esse Perkins que trate de reforçar sua segurança pessoal.

Tio Bin disse...

infelizmente nenhuma Surpresa Eles São Capazes De tudo