Homenagem Ao Reporter Muntadar Al-Zaide

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"Toma Seu Beijo De Despedida Seu Cachorro" Frase Do Nosso Querido Reporter Ao Criminoso De Guerra George W. Bush

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

PNBL


O governo Lula pretende expandir a banda larga para todo o país, aproveitando fibras ópticas do sistema elétrico (30 km) da Petrobrás, Fumas Chesf, Eletronorte e da antiga Eletronet (16 km dessa). Essas fibras ópticas abrangem todo o Brasil com exceção da região Norte. O Brasil é o único país que já tem essa infra-estrutura, afinal, é um país grande e sua energia é hidrelétrica, com as diferenças climáticas, tem épocas que os rios estão em baixa ou em alta, portanto, foi necessária uma ligação entre as hidrelétricas.
As fibras da antiga Eletronet são as mais complicadas, pois, apesar de existente, ela está inativa e com dívidas, entretanto, recentemente foi decidido pela justiça que ela tem o direito de usar essas fibras. O problema é como fazer isso. A grande PIG já está soltando suas marras: eles querem que se use o privado, como se fez com o sistema telefônico. Para expandir, alguns dizem que é direito das elétricas, que foram privatizadas, porém, foi cedido o direito de negociar a energia elétrica, não a infra-estrutura.
E, como deixar isso na mão das elétricas? Um exemplo é a estadunidense AES/Eletropaulo, na qual, aqui em São Paulo, o aumento da energia foi de três vezes a inflação, tanto que, no último trimestre de 2008 eles tiveram um aumento de 280,4% nos lucros maior que o mesmo trimestre de 2007. Aliás, as elétricas só foram privatizadas por incentivo do governo FHC, ele oferecia empréstimos aos governos estaduais que as privatizassem, e, se não fizessem isso o Governo Federal cobraria todas as dívidas anteriores. O BNDES emprestou para as empresas que compraram o setor elétrico pelo menos 50% do valor, no caso de São Paulo, a AES pegou 100% de empréstimo, indo para a cascata a lorota que a privatizado é para atrair investimento do exterior. Os salafrários não pagaram nenhuma das parcelas do empréstimo, porém, ainda se mantém com 50,5% das ações, o BNDES adquiriu algumas ações com o tempo devido a dívida e hoje tem 49,5%.
As privatizações logo foram sentidas com a falta de investimento dos novos donos quando houve o apagão. Ou seja, depois de todo esse histórico das empresas do setor elétrico, espero que tenha sido descartada a hipótese que outros dizem: tem de ser das empresas telefônicas. Então, eu contarei como surgiu a Telefônica, começando de longe, quando se chamava Telesp, apenas uma subsidiária da estatal Telebrás.
A Telebrás sempre deu muito lucro e era totalmente capaz de fazer a expansão da telefonia, porém, no governo militar (Geisel e Figueiredo) e no Sarney o Brasil estava com inflação alta, então, o ministro Delfim Neto criou um "Fundão" para pagar dívidas do país e todo o lucro das estatais iam para esse "Fundão". A Telebrás perdeu toda sua autonomia, e, no ramo de tecnologia, onde se precisa de mudanças constantes, isso foi extremamente prejudicial, até para contratar pessoas precisava-se de uma consulta ao Governo, e os investimentos iam precisar de aprovação do Congresso, isso acabou atrasando a Telebrás, onde ocorreram casos de pessoas demorarem dois anos para ter sua linha. Logo depois, no governo FHC, com a moda do liberalismo das privatizações, sobrou para a coitada da Telebrás e suas subsidiárias, com a desculpa de que, empresas estatais não prestam, e que precisávamos da expansão da telefonia, algo que, se a Telebrás tivesse autonomia e se seu dinheiro não fosse desviado para o "Fundão", teria conseguido a algum tempo já.
Então a Telebrás se dividiu em quatro: o sistema de longa distância seria a Embratel, uma outra cobriria o Sul e Oeste do país, outra São Paulo (a antiga Telesp) e outra o restante do país.
A Telesp foi comprada pelos espanhóis da Telefônica, que logo trataram de, aos poucos, acabarem com toda a inteligência logística da Telesp, demitindo funcionários. Hoje, não há nenhum funcionário da Telesp lá.
A Telefônica adota o 'Mesa de Compras', que consiste em chamar concorrentes, analisar suas propostas e ficar com a melhor e mais barata. Porém, é uma versão piorada. Eles chegam ao vencedor e comunicam: Se não derem o desconto de 20% não assinamos o contrato. A empresa é obrigada a aceitar, ela teve todo um planejamento, agora terá de fazer muitos cortes, piorando em qualidade de materiais, mão de obra e etc.
Outra estratégia foi terceirizar tudo o que pudesse, incluindo algo que nenhuma empresa faz que seja o Atendimento Telefônico, terceirizado para Atento, empresa do grupo 'Telefônica España' (ou seja, mais lucro para eles).
E, porque ninguém faz isso? É óbvio, com problemas seríssimos de alta tecnologia é passado a um atendente que não faz idéia do problema, que é treinado como uma secretária eletrônica para anotar o problema e passa-lo à frente, tem 90 segundos para fazê-lo, sem tempo para descanso e afins.
Os serviços da Telefônica estão cada vez piores, só em 2009, tivemos três apagões na internet deles e um na telefonia. Isso ocorre por falta de investimento. Lucro eles têm, o problema é que o governo espanhol não permite esse tipo de palhaçada lá, então, compensa muito mais pagar as multas incisórias de falta de investimento aqui do que o próprio investimento. Aliás, eles vendem a conexão como banda larga, eles e outras operadoras telefônicas, mas, sabemos que, segundo a UIT (Órgão da ONU) para ser banda larga, no mínimo a velocidade tem de ser 1,5Mbp/s. A Telefônica segue a risca a lei que permite a operadora oferecer só 10% da velocidade que está no contrato.
Depois de tudo isso, pergunto, vai cometer o mesmo erro de deixar na mão das empresas privadas a expansão da banda larga, como fizemos com o telefone, onde uma pessoa precisa ter três celulares? Deixaremos na mão de empresas como a AES, que não pagou a Eletropaulo até hoje e ainda aumenta terrivelmente as tarifas? Ou para a Telefônica, campeã disparada de reclamações no site do PROCON? Tem um lugar no site só para reclamações da Telefônica que, hoje praticam um dos serviços mais lentos e caros de internet do mundo.
Façamos como a Austrália, que irá gastar muito mais (R$65 bilhões contra R$3 bilhões previsto por Rogério Santanna caso o investimento seja estatal) do que nós gastaríamos se deixássemos tudo na mão da estatal, graças a essa infra-estrutura já pronta. A Telebrás já foi forte, a Eletrobrás também, a Petrobrás é fortíssima. Vamos parar com essa balela de que Estado não sabe administrar.
Ah, eu ia esquecendo, o "glorioso" Serra, querendo rebater o PNLB (Plano Nacional de Banda Larga), criou o Banda Larga Popular, que consiste em isentar de ICMS empresas que fornecerem banda larga de 200Kbp/s a 1Mbp/s (repetindo, isso não é banda larga) por até 30 reais, mas, isso ficou na cara que é coisa da Telefônica, a única que abraçou a idéia por razões óbvias: se é de 200Kbp/s a 1Mbp/s é lógico que, o dela será de 200Kbp/s e, como tradicionalmente deve fornecer 10% apenas… Com as suas panes, o pessoal vai sentir saudades do acesso discado da Telesp (alerto que não embarquem nessa barca furada). Fora que é um plano que já existe (o grotesco Speedy Light), só mudou o nome para a Telefônica ganhar alguns milhões com a isenção de ICMS.


Com o Sedex 10 o Correio fará concorrência com a banda larga do Serra

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